Avaliação das tele-aulas em tempo de covid-19 pelos encarregados de educação de Luanda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37293/sapientiae71.04

Palavras-chave:

Avaliação das tele-aulas, Cortes de energia eléctrica, Encarregados de Educação, Suspensão das aulas presenciais, Ministério da Educação.

Resumo

Este artigo estuda a implementação das tele-aulas em Angola, como uma das principais acções e medidas de política adoptadas pelo sector da educação em resposta à suspensão das actividades lectivas presenciais no país. O estudo tem como objectivo reflectir sobre os resultados da avaliação das tele-aulas feita pelos encarregados de educação da província de Luanda durante o período de Estado de Emergência. Trata-se de um estudo exploratório, cuja sustentação teórica é feita com suporte aos estudos de Souza & Aguiar (2020) e Bahia (2020), articulados com a análise de relatórios do Ministério da Educação (2019; 2020), do Instituto Nacional de Estatística (2016; 2017), de alguns referentes bibliográficos internacionais, com particular realce para as recomendações da UNESCO (2020), OCDE (2020), Organização Mundial da Saúde (2020), estudos da EdTechHub & Elearning Africa (2020) e da Save the Children International (2020). Para compreender a avaliação das tele-aulas realizou-se um inquérito por questionário online aplicado a cento e dezassete (117) encarregados de educação durante o mês de Abril do ano 2020. O estudo concluiu que a produção das tele-aulas foi uma boa alternativa à suspensão das aulas presenciais, apesar de 23,1% das crianças não as terem acompanhado por desatenção e falta de acompanhamento dos encarregados de educação, constantes de cortes de energia eléctrica e da sua falta em algumas zonas, associado à falta de sinal de televisão, bem como a não posse de aparelho de televisão da parte de alguns agregados familiares pela débil situação socioeconómica que os caracterizam.

Biografia do Autor

  • Chocolate Brás, Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola
    Possui graduação em Ensino de Psicologia pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Cabinda(2015), mestrado em Administração Educacional pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda(2019) e ensino-medio (segundo-grau) pela Escola do II Ciclo do Ensino Secundário de Cabinda(2009). Atualmente é Professor do Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola, Chefe de Departamento de Formação Contínua do Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação, Pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Cientifica do iMETRO e Revisor de periódico da Revista Angolana de Extensão Universitária. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Administração Educacional

Referências

Assembleia do Povo. (1991). Lei sobre o estado de sítio e estado de emergência. Lei n.º 17/91, de 11 de Maio. Angola.

Assembleia Nacional. (2001). Lei de Bases do Sistema Educativo Angolano. Lei n.º 13/01, de 31 de Dezembro. Angola.

Assembleia Nacional. (2016). Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino. Lei n.º 17/16, de 7 de Outubro. Angola.

Assembleia Nacional. (2020a). Declaração do Estado de Emergência. Decreto Presidencial n.º 81/20, de 25 de Março. Angola.

Assembleia Nacional. (2020b). Lei que altera a lei n.º 17/16, de 7 de outubro – Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino. Lei n.º 32/20, de 12 de agosto. Angola.

Bahia, Norinês P. (2020). Pandemia!!! E Agora? Reflexões Sobre O Cotidiano Escolar A Distância. Cadernos CERU. Volume 31. No. 1. Brasil (pp.116-125). Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ceru/article/view/174489.

Bengo, Nádia. (2021). Tele e Rádio Aulas: Aperfeiçoamento Profissional do Professor do Ensino Básico. SISYPHUS Journal of Education. Volume 9, Issue 01, Portugal (pp.61-83). https://doi.org/10.25749/sis.23404.

Brás, Chocolate. (2018). Educação e Valores em Angola: Compreender o papel da escola. Novas Edições Académicas. Alemanha.

Comissão Interministerial para as Emergências (2020). Plano Nacional de Contingência Para o Controlo da Epidemia de Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19). Documento não editado. Angola.

Edtechhub & Elearning Africa (2020). O Efeito da COVID-19 na Educação em África e Suas Implicações para a Utilização da Tecnologia. Um Inquérito sobre a Experiência e as Opiniões de Educadores e Especialistas em Tecnologia. September 2020. DOI 10.5281/zenodo.4018774. Disponível em: https://www.elearning-africa.com/conference/ressources/pdfs/surveys/The_effect_of_Covid-19_on_Education_in_Africa_pt.pdf. Consulta: 29.05.2021

Gil, António Carlos. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas. Brasil.

Google. (2017). Google Apps Script. Overview of Google Apps Script. Disponível em: <https://developers.google.com/apps-script/overview>. Consulta: 17/05/ 2020.

Instituto Nacional de Estatística. (2016). Resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e da Habitação de Angola 2014. INE. Angola.

Instituto Nacional de Estatística. (2017). Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde. Documento não editado. Angola.

Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação. (2020). Relatório do II Trimestre das Tele-aulas e Rádio-aulas. Documento não editado. Angola.

Julião, António Luís. (2020). Professores, tecnologias educativas e COVID-19: realidades e desafios em Angola. Revista Angolana De Ciências. Volume 2, No. 2. Angola, (pp.1-25). Disponível em: http://publicacoes.scientia.co.ao/ojs2/index.php/rac/article/view/105.

Junior, Verissimo Barros dos Santos & Monteiro, Jean Carlos Silva. (2020). Covid-19 e escolas no ar: transmissão de aulas por rádio e tv aberta em período de distanciamento social. Boletim de Conjuntura. Volume 3, No. 8. Brasil (pp.6-16). http://doi.org/10.5281/zenodo.3930103.

Mathias, Sergio Larruscaim & Sakai, Celio. (2013). Utilização da Ferramenta Google Forms no Processo de Avaliação Institucional: Estudo de Caso nas Faculdades Magsul. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/seminarios_regionais/trabalhos_regiao/2013/centro_oeste/eixo_1/google_forms_processo_avaliacao_instit_estudo_caso_faculdades_mag.pdf. Consulta: 17/05/2020.

Ministério da Educação. (2019). Relatório do Seminário Internacional sobre a Educação a Distância e Itinerante. Documento não editado. Angola.

Ministério da Educação. (2020a). Suspensão de Actividades Lectivas da Educação Pré-Escolar ao II Ciclo do Ensino Secundário. Decreto Executivo n.º 01/20, de 19 de Março. Angola.

Ministério da Educação. (2020b). Apelo aos encarregados de educação sobre o acompanhamento dos filhos durante as teleaulas. Circular do Gabinete da Ministra da Educação, de 1 de Abril. Angola.

Ministério da Educação. (2020c). Recomendações para o funcionamento das escolas no período de suspensão das aulas. Decreto Executivo n.º 02/20, de 20 de Março. Angola.

Ministério da Educação. (2020d). Plano de Emergência do sector da educação para resposta à Covid-19. Documentado não editado. Angola

Mosaiko & Rede Etp-Angola. (2020). Diagnóstico às Escolas do Ensino Primário e I Ciclo sobre as condições de regresso às aulas, em tempos de COVID-19. Disponível em: https://mosaiko.op.org/wp-content/uploads/2019/05/Diagn%C3%B3stico-das-condi%C3%A7%C3%B5es-das-escolas-para-regresso-%C3%A0s-aulas_Angola_2020.pdf

OCDE. (2020). Um roteiro para guiar a resposta educacional à Pandemia da COVID-19 de 2020. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/education/um-roteiro-para-guiar-a-resposta-educacional-a-pandemia-da-covid-19-de-2020_da7015da-pt. Consulta: 17/05/2020.

Organização Mundial da Saúde. (2020a). Conferência de imprensa de 1 de Janeiro). OMS.

Organização Mundial da Saúde. (2020b). Conferência de imprensa de 30 de Janeiro de 2020. OMS.

OVILONGWA. (2020). Relatório de Estudo sobre as Tele e Rádio Aulas: O Alcance, a Satisfação e o Impacto na Aprendizagem. Documento não editado. Angola.

Queria, Mbiyavanga. (2020). As tele aulas de Matemática durante o Estado de Emergência: Experiências e Lições. Revista Angolana de Extensão Universitária. Volume 2, No. 3. Angola (pp.89-105) Disponível em: https://www.portalpensador.com/index.php/RAEU-BENGO/article/view/196/148.

Save the Children International (2020). Impactos da Covid-19 nas crianças africanas. Como proteger uma geração em risco. Disponível em: https://resourcecentre.savethechildren.net/node/17694/pdf/pan_african_policy_paper_-_portugese_version.pdf. Consultado: Consultado: 28/05/2021.

Souza, Fernando Moreira. (2020). O papel da TV digital no ensino remoto em tempos de pandemia. Comunicação & Inovação. Volume 21, No. 47. Brasil (pp.232-249). Disponível em: https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_comunicacao_inovacao/article/download/7220/3191/23216.

Televisão Pública de Angola. (2020). Telejornal do dia 1 de Abril de 2020. Angola.

Todos Pela Educação. (2020). Ensino a distância na educação básica frente à pandemia da COVID-19. Disponível em: https://www.todospelaeducacao.org.br/_uploads/_posts/425.pdf. Consultado: 28/05/2021. Brasil.

UNESCO (2020a). COVID-19 deixa mais de 776 milhões de alunos fora da escola. Disponível em: https://pt.unesco.org/news/covid-19-como-coalizao-global-educacao-da-unesco-esta-lidando-com-maior-interrupcao-da. Consulta: 22/09/2020.

UNESCO. (2020b). 10 Recomendações sobre ensino a distância devido ao novo coronavírus. Disponível em: https://pt.unesco.org/news/covid-19-10-recomendacoes-planejar-solucoes-aprendizagem-distancia. Consulta: 17/05/2020.

Downloads

Publicado

2021-07-15