O conceito de alto potenciale a sua relação com os programas de treino cognitivo

Autores

  • Sergio Da Silva Moiteiro Universidade Oscar Ribas

Palavras-chave:

Alto Potencial • Programas de Treino Cognitivo • Professor-Mediador • Vygotsky

Resumo

O presente artigo tem como principais preocupações refletir sobre o modo como estuda o aluno do Ensino Superior e qual o papel se exige que desempenhe. Procura realçar os factores que podem influenciar a sua opção no tipo de abordagem estratégica à aprendizagem, e como pode o professor ajudar o aluno no seu projecto académico, ou seja, se o seu trabalho como mediador deve incidir nos métodos de ensino e também nos métodos de estudo. Por outro lado, pretende-se evidenciar o papel da Universidade, enquanto agente de socialização determinante de uma estrutura social, no modo como contribui para a preparação do aluno para o seu projecto académico, através da criação de mecanismos operacionais, em particular, a inclusão e desenvolvimento de programas de estudo. Este artigo procura refletir também se os programas de estudo devem ser entendidos como um mero exercício de instrução ou ensino, se o seu conteúdo deve incidir nas estratégias de estudo (ensinar a aprender), ou no treino cognitivo (ensinar a pensar), e como fazer para escolher o programa adequado.

Referências

Ágoston, G. (1970). Educational trends in socialist countries. International Review of Education, 16, 260-271.

Almeida, L. S. (2002). Facilitar a aprendizagem: ajudar aos alunos a aprender e a pensar. Psicologia Escolar e Educacional, 6, 1-8.

Almeida, L. S., Guisande, M., Ferreira, A (2009). Inteligências: Perspectivas Teóricas. Coimbra: Almedina.

Biggs, J. (1984). Learning strategies, student motivation patterns, and subjectively perceived success. In John R. Kirby (Ed.) Cognitives Strategies and Educational Performance (pp. 111-134). Orlando: Academic Press.

Biggs, J. (1998). Teaching for desired learning outcomes. Handbook of Educational Ideas and Practices, General Editor Noel Entwistle, Routledge, London and NY, 669-692.

Biggs, J. & Tang, C. (2007). Teaching for quality learning at university. New York: McGraw-Hill.

Bono, E. (2003). Ensine os Seus Filhos a Pensar. Lisboa: Pergaminho, 84-114.

Bono, E. (2005). Pensamento Lateral, Lisboa: Pergaminho.

Bono, E. (2005). Six Thinking Hats, Iowa: De Bono Thinking Systems.

Bourdieu, P. (1989). O Poder Simbólico. Lisboa: DIFEL.

Bourgeois, É & Gaëtane, C. (2006). Apprendre et Faire Apprendre, Paris: PUF, 69-82 e 195-213.

Branco, A. (2004). Para além do QI. Coimbra: Quarteto.

Brown, A. L. & Ferrara, R. A. (1999). Diagnosing zones of proximal development. In P. Lloyd & C. Fernyhough (Eds), Lev Vygotsky: Critical assessments: The zone of proximal development (Vol. III, 225-256). Florence, KY, US: Taylor & Frances/Routledge.

Canals, V. & Diebolt, C. (2001). Pourquoi entrer à l’université? L’exemple d’une université de lettres et de sciences humaines. International Review of Education, 47, 539-572.

Carita, A, Silva, A., Monteiro, A F. & Diniz, T. P. (2001). Como ensinar a estudar. Lisboa: Editorial Presença.

Daniels, H. (1996). An introduction to Vygotsky. London: Routledge.

Daniels, H. (2002). Uma Introdução a Vygotsky, São Paulo: Edições Loyola.

Dave, R. H. & Lengrand, P. (1974). L’éducation permanente et stratégies

d’apprentissage. International Review of Education, 20, 447-463.

Deshaies, B. (1986). Réflexions sur l’éducation. Review Canadienne de l’éducation, Vol. 11, 2, 447-463.

Detry B. & Simas, F. (2001). Educação, Cognição e Desenvolvimento. Lisboa: Edinova.

Doise, W. & Palmonari, A (1984). Social Interaction in Individual Development, Cambridge: Cambridge University Press.

Doise, W. & Mugny G. (2002). Psicologia Social & Desenvolvimento Cognitivo, Lisboa: Instituto Piaget.

Entwistle, N., Marton, F. & Hounsell, D. (1984). The Experience of Learning, Edinburgh: Scottish Academy Press, 1-18.

Entwistle, N. (1986). O ensino e a qualidade da aprendizagem no Ensino Superior, Análise Psicológica, 1, 141-153.

Entwistle, N. (1990). Handbook of Educational Ideas and Practices, London and NY: General Editor Noel Entwistle Routledge, 662-7.

Fino, C. (2001). Vygotsky e a zona de desenvolvimento proximal (ZDP): três implicações pedagógicas. Revista de Educação. 14, 273-291.

Fonseca, V. (2001). Cognição e Aprendizagem. Lisboa: Âncora Editora.

Fonseca, V. (2007). Aprender a Aprender. Lisboa: Âncora Editora, 35-38.

Fourastié, J. (1958). Note sur les perspectives de l’enseignement. International Review of Education, 4, 139-151.

Fraw1ey, W. (2000). Vygotsky e a Ciência Cognitiva. Porto Alegre: Artmed Editora, 89-103.

Gardner, H. (1983). Frames of Ming: The theory of multiple intelligences. New York: Basic Books.

Gardner, H. & Hatch, T. (1989). Multiples intelligences go to school. Educacional Researcher, 18, 8.

Gardner, H. (1996). Les Intelligences Multiples, Retz.

Gardner, H. (1999). Are there additional intelligences? The case for naturalist, spiritual, and existential intelligences. In J. Kane (Ed.), Education: Information and transformation (pp. 111-131). Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.

Gardner, H. (2003). La Inteligencia reformulada. Las inteligências múltiples en el siglo XXI. Barcelona: Paidós.

Giroux, A. (1990). Enseigner à penser: passer de maître à mentor. Canadian Journal of Education, Vol. 15, 3, 229-244.

Glassman, M. (1994). All things being equal: The two roads of Piaget and Vygotsky. Development Review, 14, 186-214.

Goleman, D. (2002). Inteligência Emocional, Lisboa: Temas e Debates.

Gottman, J. & Declaire J. (2000). A Inteligência Emocional na Educação. Cascais: Pergaminho.

Hedegaard, M. (1990), The Zone of Proximal Development as bases for instruction. In L.C. Moll (org.) (1990), Vygotsky and Education, Cambridge Univ. Press, 349-71.

Hedegaard, M. (2002). A zona de desenvolvimento proximal com base para a instrução. In Vygotsky e a Educação - Implicações Pedagógicas da Psicologia Sócio-histórica, (org. Moll, Luis C.), São Paulo: Artmed Editora S.A., 341-362.

Lengrand, P. (1987). Formal, nonformal and informal structures of learning. International Review of Education, 28, 189-207.

Lourenço, O. (2002). Psicologia de desenvolvimento cognitivo: Teoria, dados e implicações. Coimbra: Almedina.

Lourenço, O. (2005). Muitas semelhanças, uma diferença actual. In Psicologia da Educação. Miranda G. & Bahia, S. Lisboa: Relógio d’ Água Editores, 52-69.

Martineaud, S. & Engelhart, D. (2002). Teste a sua Inteligência Emocional. Cascais: Pergaminho.

Oliveira, J. B. (2005). Psicologia da Educação - Aprendizagem do Aluno (Vol. I), Porto: Legis Editora/Livpsic., 91-106.

Perraudeau, M. (2000). Os Métodos Cognitivos em Educação - Aprender de outra forma na Escola. Lisboa: Instituto Piaget, 58-86.

Pineau, G. (1994). Histoires de vie et formation de nouveaux savoirs vitaux. International Review of Education, 40, 299-311.

Renzulli, J. (2006). Qu’est-ce que le haut potentiel et comment peut-on développer chez l’enfant et l’adolescent? Bulletin de Psychologie, tome 59(5)/485/Setembre-Octobre.

Ríchardson, K. (1999). Compreender a Inteligência. Lisboa: Instituto Piaget, 53-76.

Sousa, A (1996). El construtivismo estruturalista: La teoria de las classes sociales de Pierre Bourdieu. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, N° 75, Monográfico sobre Desigualdad y Classes Sociales (Jul.-Sep.), 145-172.

Steiner, C, & Perry, P. (2000). Educação Emocional. Cascais: Pergaminho.

Sutherland, P. (1996). O Desenvolvimento Cognitivo Actual, Lisboa: Instituto Piaget, 69-82.

Tharp, R. & Gallimore, R. (1988). Rousing minds to life: teaching, learning and schooling in a social context. Cambridge: Cambridge University Press.

Torff, B. & Gardner, H. (1999). The vertical mind: The case for multiple intelligences. In M. Anderson (Ed.). The development of intelligence (pp. 139-159). UK: Psychology Press.

Vygotsky, L. (1978). Mind in society. The Development of higher psychological process. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Vygotsky, L. (1981). The genesis of higher mental functions. In J. V. Wertsch (Ed. & Trans.), The concept of activity in Soviet Psychology, 144-188.

Vygotsky, L. (1991). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L., Luria, A R. & Leontiev, A (2005). Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem, (9ª Edição), São Paulo: Ícone Editora, 25-28 e 103-117.

Wertsch, J. V. & Stone, C. A (1985). The concept of internalization in Vygotsky’s account of the genesis of higher mental functions. In J.V. Wertsch (Ed.), Culture, communication and cognition: Vygostkyan perspectives. Cambridge: Cambridge University Press, 162-179.

Winner, E. (1996). Crianças Sobredotadas. Lisboa: Instituto Piaget.

Zuber, M. & Lecomte, J. (1998) La Conception Standard de l’Intelligence est Fausse (entretien avec Howard Gardner). In Éduquer et Former, (org. Jean-Claude Ruano-Borbalan). Auxerre: Éditions Sciences Humaines, 191-8.

Downloads

Publicado

2017-05-15