Engenharia epistêmica: Entrevista com Murilo Seabra, parte 2

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DOI:

https://doi.org/10.37293/sapientiae61.10

Palavras-chave:

engenharia epistêmica, preferências implícitas, Guerra Fria, filosofia no Brasil.

Resumo

Para entender a trajetória e as ideias de Murilo Seabra, é preciso retomar o polêmico “Discurso aos Estudantes sobre a Pesquisa em Filosofia”, de Oswaldo Porchat Pereira, professor recentemente falecido da Universidade de São Paulo, Brasil. A tese central de Porchat é que existe uma diferença incontornável entre sentar para escrever um trabalho filosófico e sentar para escrever um trabalho de história da filosofia. Na presente entrevista, realizada por e-mail entre os dias 23 setembro e 22 de dezembro de 2018, Murilo Seabra conta um pouco de suas experiências como estudante, defende a radicalização do discurso de Porchat, fala da importância de se combater o racismo e o sexismo na academia, discute a ascensão do pós-estruturalismo e a derrocada do marxismo durante a Guerra Fria e analisa o papel da filosofia na atual conjuntura política brasileira. Apesar de ter sido realizada antes da posse do novo presidente Jair Bolsonaro, a entrevista mostra uma presciência notável. “Já tínhamos uma filosofia sem o Brasil”, escreveu Murilo Seabra. “Agora corremos o risco de ter um Brasil sem filosofia”. A pedido dos editores, alguns momentos agressivos foram suprimidos e as críticas ao presidente Jair Bolsonaro foram moderadas. Por conta de sua extensão, a entrevista foi dividida em duas partes.

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Publicado

2020-07-07

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