A quarta transformação no México carece de um sujeito político

Autores

  • Robinson Salazar Pérez Director de www.insumisos.com. Investigador de la Universidad Autónoma de Sinaloa.

DOI:

https://doi.org/10.37293/sapientiae51.09

Palavras-chave:

sujeito político, conhecimento e memórias coletivas, identidades populares, articulação política.

Resumo

No México, na voz do seu atual presidente, começou a quarta transformação do país, entendida como uma transformação substancial na vida económica, política e sociocultural. Um processo que implica reformar leis, criar novas instituições, redirigir a orientação da política económica, redistribuir melhor a renda, ajustar a política fiscal e sobretudo, envolver a sociedade civil na dinâmica transformadora; não obstante, as primeiras medidas instrumentadas estão orientadas no sentido contrário aos raciocínios discursivos, os atos do Governo têm incorporado as redes, saberes e memórias coletivas de movimentos populares existentes, desconhece toda institucionalidade, abriga, na sua decisão, as decisões estratégicas assumidas, não aceita a mediação de coletivos empoderados e o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), não aproveita a cartografia dos diversos sujeitos locais para organizar uma ação coletiva com perfil de transformação. O objetivo deste artigo é identificar os elementos que levam a ausência do sujeito político. Se por um lado, é certo que a narrativa convoca o povo, o uniformiza em sujeito despojado, sem direitos e esquecido, concede-lhe paliativos, na prática, bloqueia o ímpeto participativo, proclama a construção de identidades populares para adicionar a todos os micro movimentos locais, mas distancia-os das decisões substanciais; anuncia profundas mudanças na lógica governamental, mas nega ao sujeito político a sua intervenção, ignora o conhecimento acumulado e busca substituí-los por decisões unipessoais e sobretudo deslocamentos do espectro político e do xadrez operacional, dos espaços estratégicos construídos e das autonomias de cada um deles, sujeitos que fizeram o triunfo eleitoral possível. A Quarta Transformação sem um sujeito político, juntamente com as ações do governo, trunca o propósito da mudança social; não altera as coordenadas da continuidade do modelo neoliberal.

Referências

El Economista. (2017) Agencia Notimex. México cuenta con 123.5 millones de habitantes, consultado en https://www.eleconomista.com.mx/politica/Mexico-cuenta-con-123.5-millones-de-habitantes-20170710-0116.html consulta: 3/05/2019

Errejón Galván Iñigo, (2015) La construcción de un sujeto popular, en revista Teknokultura, Vol 12-1, España, (Pp. 39-53)

Errejón Iñigo (2011). La construcción discursiva de identidades populares, en Revista Viento Sur nº 114, España. (Pp. 75-84).

San Martín Neldy, (2019), AMLO notifica a su gabinete: “no transfieran ningún recurso a ONG o sindicatos”revista Proceso emisión diario, consultado en https://www.proceso.com.mx/572198/amlo-notifica-a-su-gabinete-no-transfieran-ningun-recurso-a-ong-o-sindicatos consulta: 20/05/2019.

Salazar, Robinson, (2018) La naturaleza exterminadora de la derecha en américa latina: La cotidianidad cargada de violencia y el dolor, en Telos: Revista de Estudios Interdisciplinarios en Ciencias Sociales, Vol. 20-3. Venezuela. (Pp. 560-588)

Vera, Ramón, (2019) Que cada colectivo sea una bolsa de resistencia. extraído de https://desinformemonos.org/que-cada-colectivo-sea-una-bolsa-de-resistencia/ consulta: 1922019.

Welp, Yanina. (2017) Un mito, una estrategia, un valor: Izquierda y participación. En Nueva revista socialista, extraído de: https://nuevarevistasocialista.com/portfolio/un-mito-una-estrategia-un-valor-izquierda-y-participacion/ consulta: 2922019.

Publicado

2019-07-10